terça-feira, 24 de junho de 2014

Capítulo 8 - Sentimentos



Encontro Peeta do lado de fora da casa e nos dirigimos para floresta rumo ao lago. Ficamos a maior parte do caminho calados. Ao chegarmos no lago, Peeta interrompe o silêncio.

- Por que me trouxe aqui novamente Katniss? – Ele me pergunta procurando resposta em meus olhos.

Eu sei o que ele quis dizer com aquela pergunta, ele quer que eu fale de meus sentimentos, mas não consigo falar nada sobre isso abertamente ainda. Então apenas digo: - Porque gosto de perto de você e você para aprender a nadar melhor.

- Ok – Ele diz com tristeza nos olhos. – Eu também gosto de ficar com você. Vamos nadar então?

- Vamos.

Peeta coloca as bolsas que trouxemos no chão e começa a arrumar debaixo de uma grande árvore uma toalha grande com algumas coisas que ele assou para lancharmos depois.

Coloco um traje mais adequado para nadar e Peeta fica sem camisa. Entramos no lago.

- Acho que água não está tão quente quanto imaginei. – Digo.

- Está um pouco fria mesmo. Chega mais perto Katniss.

Fico com vergonha do seu pedido, não simplesmente pelo fato de ele estar sem camisa, me sinto estranha com a situação toda, mas me aproximo de Peeta. Ele me dá um abraço, eu não estava esperando por isso agora. Não com ele assim.

- Assim fica mais quente. – Peeta diz.

Sinto um arrepio subir pelas minhas costas, mas estranhamente tenho certeza que fica mais quente, penso comigo.

Nas últimas vezes que nos beijamos eu sentia um calor diferente. Apesar de tudo que aconteceu entre nós, pela primeira vez estou pensando em Peeta de um jeito totalmente novo, ele é tão lindo, seus braços são fortes... ele não é mais um menino. O que será que está acontecendo comigo? Prefiro não ficar pensando nisso e decido me afastar um pouco, com a desculpa de ensinar algumas técnicas de natação novamente.

Depois de um bom tempo na àgua resolvemos sair para lanchar. Fora da àgua parece estar mais frio agora, trocamos nossas roupas e nos sentamos perto da árvore, nos aproximamos para nos aquecer juntos. Lanchamos e ficamos ali deitamos por um bom tempo, como no piquenique que fizemos antes do massacre, eu deito a cabeça no seu colo e ele fica brincando com meus cabelos, eu fico pensando nele, sinto que deveria dizer a ele como estou feliz de estar aqui com ele, que é muito bom sentir o seu carinho, mas tenho medo de isso trazer um assunto mais sério, como: o que nós somos? Não mais amantes desafortunados do Distrito 12. E Peeta não é o tipo de homem que vai se acostumar apenas a dormir do meu lado e nos beijarmos de vez em quando, sei que ele iria querer algo mais sério, ele precisa de algo mais sério, ele merece uma família. Apesar das pessoas acharem que nosso relacionamento era sério, não temos um real relacionamento, mas não sei se estou preparada para isso. Sou tirada dos meus pensamentos, quando Peeta me fala comigo.

- O que está pensando Katniss?

- No livro. Começar a escrevê-lo vai nos trazer todos os tipos de lembrança, Peeta. - Não era isso que eu estava pensando, mas também é algo que passou a me afligir.

- Eu sei. Mas como te disse antes, acho que vai ser bom também, se conseguirmos fazer isso, teremos um auxílio para tentar superar mais a dor. E aqueles que se foram merecem essa última homenagem, merecem não ser esquecidos.

Peeta como sempre tem as coisas certas as dizer.

- Vamos então Katniss, precisamos falar com Haymitch, para saber se ele vai querer nos ajudar.

Voltamos a Vila dos Vitoriosos, Peeta resolve levar alguns pães para Haymitch e um café forte, para o caso dele ainda estar muito embriago, fomos então até a casa de Haymitch, como sempre a porta estava aberta, abrimos e sentimos aquele cheiro desagradável de tanto álcool, misturado com outras coisas que prefiro não pensar, mas por incrível que pareça ele está acordado.

- Olá docinho! Resolveu aparecer. Ele me encara. Olá Peeta.

Realmente há muito tempo não o via, tinha me esquecido como odeio a forma com que ele me chama. Mas também não esqueço que ele já me ajudou muito.

- Olá Haymitch, que milagre te ver acordado. Digo grossamente.

- Olá Haymitch, como está? Trouxemos um lanche para você – diz Peeta.

- Pelo menos o garoto é educado. Sentem-se.

Enquanto Haymitch come, explicamos para ele sobre o livro e ele concorda em ajudar.

- Quando começamos então ? – Haymitch pergunta.

- Pode ser amanhã em minha casa. – Digo.

- Pra mim tudo bem . – Haymitch responde.

- Então até amanhã Haymitch, e tente estar sóbrio para realmente ser útil. Digo à ele.

- Até amanhã Haymitch. Peeta diz.

- Até amanhã!

Enquanto retornamos a minha casa, Peeta me pede para ser mais gentil com Haymitch, pois ele também passou por muitas coisas. Eu sei disso, mas ele também não me procurou, mesmo sabendo seus motivos fiquei chateada.

Peeta diz que vai até a casa dele tomar um banho, mas que voltaria para ficar comigo.

Enquanto espero Peeta também tomo um banho.


Quando Peeta chega, vamos para meu quarto dormir. Dessa vez não tive pesadelos.

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