quarta-feira, 28 de maio de 2014

Capitulo 3 - Recomeço



Chego em casa e deito em minha cama, penso no abraço que Peeta me deu e o quão bom era estar com ele. Estou ainda abalada, mas, acho que estou sentido um pouco de felicidade, Peeta ainda quer meu bem, talvez ele ainda me ame realmente....  Será que o verei amanhã? Acho que não estou raciocinando direito - adormeço.
Acordo gritando por Peeta algumas horas depois, ele não está ao meu lado, como eu queria que estivesse.  Era mais um dos meus pesadelos, e Peeta estava neles, eram os primeiros jogos e desta vez não o consegui livrá-lo de Cato e ele cortou a garganta dele. Sinto uma grande angustia, não quero perder o meu garoto do pão.
Antes de tentar dormir novamente penso no que Greasy Sae disse sobre recomeçar, não posso continuar aqui trancada, não estou ajudando ninguém assim, decido que amanhã voltarei a caçar, afinal de contas, assim posso tentar ser uma pessoa mais útil e tentar que as coisas em mim voltem um pouco ao normal e ser melhor para Peeta, nunca mais será normal, mas na floresta sempre consegui me acalmar e sempre pude ser eu mesma.
Acordo de manhã, visto minha velha jaqueta de caça e desço para a cozinha, Greasy Sae me serve o café, reconheço esses biscoitos, com certeza foram feitos por Peeta.
- Katniss, Peeta trouxe os biscoitos pra você antes de você acordar.
- Eu fui até a casa dele ontem – digo.
- Que bom Katniss, Peeta é um ótimo garoto e tenho certeza que ficou feliz com sua visita.
Dou de ombros fingindo não me importar com isso. Não quero demonstrar que também fiquei feliz em vê-lo.
- Vou caçar Greasy.
- Será ótimo para você e eu adoraria poder cozinhar algo fresco.
Pego meu arco e flecha e sigo para saída, passando pelas ruas do 12, vejo que outras pessoas também retornaram e que ele está sendo reconstruído, elas também estão recomeçando.
Vou de encontro à floresta, começo a sentir o ar puro. Como eu estava com saudade deste verde. Lembranças começam a vir enquanto sigo a minha antiga trilha de caça, penso em Gale e em como fomos felizes aqui, mas ele fez mal a Prim e nem voltou a me procurar depois de tudo, talvez ele saiba que as feridas não se fecharam. Lembro do meu pai, queria tanto que ele estivesse aqui para me consolar e me proteger, como fazia quando eu era criança. Mas ele não vai aparecer, assim como todas as pessoas a quem eu fiz mal, penso em Peeta também, queria poder trazê-lo aqui, talvez ele também goste da tranqüilidade que a floresta traz. Será que ele aceitaria?
Consegui pegar 2 esquilos e 2 coelhos, Greasy Sae vai gostar. Retorno a minha casa na Vila dos Vitoriosos e vejo Greasy na cozinha arrumando algumas coisas.
- Que bom que voltou para o almoço Katniss, conseguiu pegar algo em sua caça? – ela me pergunta.
- Sim, 2 esquilos e 2 coelhos.
- Ótimo vou prepará-los. Porque enquanto isso não toma um banho e chame o Peeta para almoçar conosco?
- Eu não sei se ele aceitaria.
- Acho que ele vai aceitar - Ela diz.
- Tá bem! – Subo as escadas e tomo um banho, enquanto arrumo o meu cabelo penso em Peeta, vou vê-lo novamente, sinto um frio na barriga.
Vou até a casa de Peeta e bato na porta, ele abre.
- Oi Peeta.
- Oi Katniss, achei que não fosse vê-la por um tempo depois ter saído daquele jeito ontem, fico feliz em vê-la. Quer entrar?
- Desculpe por ontem, estava cansada. Eu vim porque eu fui caçar hoje e Greasy Sae o convidou para almoçar conosco. Você quer?
- Obrigado, eu irei sim. Você voltou a caçar?
- Sim. A floresta me faz bem.
- Que bom! Vou tomar um banho e apareço em sua casa em 1 hora tudo bem pra você?
- Sim, até logo.
- Até logo, Katniss.
Enquanto sigo os poucos passos que levam até minha casa, fico pensando como estou feliz que ele tenha aceitado.

Capítulo 2 - Decisão



Decido ir à casa de Peeta, mas me olho e vejo o quão horrível estou, tenho que tomar um banho antes. Vou para meu quarto e entro debaixo do chuveiro, deixo a água levar todas as impurezas do meu corpo, mas querendo que ele limpe também minha alma. Saio do banho e visto uma roupa confortável, penteio meus cabelos ou o que sobrou deles depois da explosão. 

Vou em direção a porta quando penso: 


- O que eu vou dizer? Não posso apenas aparecer para ele. 


Vou dizer a ele que não quero que ele pense que o abandonei. Mas porque eu não quero isso?

Sento no sofá da sala e começo a refletir todas as vezes que ele esteve comigo, quando me acolheu em meus pesadelos, me apoiou em minhas decisões, retribuiu meus beijos encenados, me lembro novamente da praia, meu coração dispara, aquele não foi um beijo encenado, fecho os olhos e tento imaginar a sensação que senti naquele dia novamente, que eu só tinha sentido antes na caverna nos primeiros jogos: desejo.

Em meus pensamentos adormeço no sofá, acordo gritando de mais uns dos meus pesadelos, penso em Peeta e como só ela me acalmaria nessas horas. Não tenho mais o que pensar, preciso dele, vou dizer o que sinto, mas o que eu realmente sinto? Chega de perguntas.


Atravesso a porta e ando em direção a casa de Peeta. Bato na sua porta e ele abre momentos depois... Observo aqueles olhos azuis me encarando, como ele é bonito, aquele cabelo loiro tem uma simetria perfeita em seu rosto, estou sentindo um frio na barriga, um aperto no coração, e ele está disparado. O que será que estou sentindo? Medo? Ele me olha confuso, mas não com aqueles olhos perdidos que queriam me atacar antes.


- Katniss, o que foi? Aconteceu alguma coisa? – Ele pergunta.

- Nãooo... Só  Pre...ci...so conversar com você? – Acho que virei gaga, penso.


Entramos na casa e sentamos no sofá. – Você está bem? - Ele me pergunta

- Sim, e você?

- Estou bem melhor, estou seguindo o tratamento que o Dr. Aurelius me passou. O que quer falar comigo?

Eu gaguejo mais um pouco e começo a falar - As Primroses no jardim.... – ele me interrompe.

 – Não eram para aborrecê-la, Katniss, sinto muito.  - Ele me diz com uma voz triste.

- Eu só queria dizer obrigado Peeta, confesso que meu primeiro pensamento foi de mágoa, mas entendi que eram apenas uma recordação gentil que você me trouxe dela. E desculpe não ter aparecido antes.

- Não precisa agradecer, eu também sinto falta dela. E não precisa se desculpar eu entendo que você queira ficar só, sei que é difícil tudo o que você passou, peço perdão por não ter conseguido te proteger.

- Nós passamos por muita coisa, e eu também deveria ter te protegido, tudo que aconteceu com você foi minha culpa, Snow te maltratou para me ferir, eu sinto muito Peeta - eu digo a ele. Encaro aqueles olhos novamente, e vejo a lágrima em seus olhos, provavelmente pelas lembranças que acabei de trazer.

- Katniss, eu passaria por tudo de novo se fosse para seu bem, não é sua culpa.

- Como pode dizer uma coisa dessas Peeta? Eu não mereço que você passe por nada para meu bem, nunca mereci você.

- Você sabe o quanto é importante para mim Katniss. Fui até sua casa algumas vezes, mas Graese Sae disse que estava descansando, que precisava de um tempo e eu não quis incomodá-la.  Estávamos preocupados com você Katniss.

-Eu estou bem, não precisa se preocupar mais. - Digo isso tentar desviar do assunto que sou importante para ele. Antes que ele me diga algo que me constranja.


Enquanto eu não queria vê-lo, ele estava se preocupando comigo e pior passaria por tudo de novo por mim, com certeza sou uma pessoa horrível.

 – Peeta está tarde, eu vou embora. - Tento dizer antes de começar a chorar.

- O que foi Katniss? Não chore! Vai ficar tudo bem. – Ele me envolve em seus braços, como eu sentia falta disso....

- Peeta me perdoe, não queria ter feito tanto mal a você.

- Calma, não foi sua culpa Katniss, fomos todos vitimas. – Ele me diz me apertando ainda mais contra seu corpo. Sei que eu não serei a primeira a sair deste abraço.


Choro ainda mais, não consigo me controlar, como ele ainda pode ser tão bom pra mim, apesar de todo o sofrimento que lhe causei.


Ele rompe o abraço e me traz uma xícara de chá, e vou me acalmando aos poucos, ele me pergunta se estou com fome. Digo que não, que quero ir pra casa. Ele se objeta.

- Katniss não precisa ir, não quero que saia deste jeito, pode ficar aqui se quiser.

- Eu preciso ir Peeta, eu já estou melhor, obrigada. Quero descansar.

 Não queria ir, queria na verdade que estes braços fortes estivessem comigo por toda a noite, me acalmando dos pesadelos que irão me visitar com certeza. Mas é injusto abusar dele desta forma, ele sempre esteve disponível para mim, não por pena, mas por amor. E eu só estava me preocupando com minha própria dor.

- Até mais Peeta.

- Nos vemos amanhã Katniss? .


Apenas olho nos seus olhos e não o respondo, vou embora.

Capítulo 1 - First



Três meses se passaram depois que retornei ao distrito 12, neste período não tenho tido ânimo para nada, não queria estar viva, mas já fiz pessoas demais sofrerem, principalmente as pessoas que amo e depois que minha mãe e eu perdemos Prim, ela me perder seria uma dor ainda mais terrível de suportar, pelo menos ainda tenho consciência disso.


Tenho tentando tomar os medicamentos que me são enviados e atender os telefonemas de meu psiquiatra e de minha mãe, mas não consigo fazer isso sempre. Só consigo pensar em todo momento em minha dor, no vazio que sinto a cada dia, sozinha em minha casa na Vila dos Vitoriosos, e na maioria das vezes deitada em minha cama, minha mãe não retornou, ela não conseguiria ficar perto de tantas lembranças dolorosas. Gale também não, eu não consegui perdoá-lo completamente depois de Prim.


Sei que Peeta retornou também, pois Grease Sae vem todos dias me alimentar e me contou, mas disse a ela que não queria vê-lo, não sei como ele está, se ele ainda acha que posso fazê-lo mal.


Haymitch retornou comigo, mas ele não tem vindo me visitar, acredito que esteja afundado em sua solitária dor, como eu, porém, embriagado.


Já é de manhã desço as escadas e encontro Grease, ela me serve o café e tenta me convencer como todos os dias a sair para caçar.

- Katniss, você precisa sair, não pode ficar aqui para sempre, precisa recomeçar – Ela diz.

Geralmente não a respondo, mas hoje foi diferente.

- Recomeçar o quê? Tudo está acabado – Digo.

- Não está acabado Katniss, você ainda tem uma vida pela frente, e tem pessoas que se importam com você.

- Pessoas que se importam? Não vê que estou aqui sozinha, estou abandonada, ninguém vem me visitar, exceto você! – EXPLODO!

- Você sabe por que elas não vêem. Você precisa dar abertura, ficando trancada aqui não ajuda, e você não foi abandonada, sua mãe não retornou porque precisou ocupar a mente no hospital para agüentar tanta dor, e te liga sempre, Peeta mora em frente a sua casa, já pensou em ir vê-lo? Saber como está? Ele sempre me pergunta sobre você. Talvez ele também se sinta abandonado. – Essas últimas palavras me fazem refletir.

- Você já viu o que ele fez em seu jardim?

- Não, o quê? – Indago.

- Vá ver com seus próprios olhos – Diz ela.


Levanto-me da mesa e abro a janela, lá fora vejo um jardim todo florido com rosas - Oh meu Deus! - Não é uma rosa qualquer, são Primroses, a rosa que deu origem ao nome da minha querida irmã, não me contenho começo a chorar.

Grease vem ao meu encontro.

-  Katniss não chore! – Diz ela me levando para o sofá.

- Como ele pôde fazer isso comigo? Trazer-me lembranças que doem.

- Não são para te causar dor Katniss, são uma homenagem a ela, algo para que você possa lembrar-se dela com alegria. Como ela era perfeita, como aquelas rosas...

Choro ainda mais.

- Ele podia ter me perguntado se eu queria esse tipo de lembrança. – Digo com a voz embargada.

- Você não abre esta porta por nada e quando eu disse que ele tinha retornado você falou que não queria vê-lo. Mas, todos os dias o vejo cuidando delas, e olhando para sua porta, com certeza esperando que você apareça.

- Tenho certeza que ele não quer me ver, não sei se ele ainda acha que sou uma bestante, ou que eu tenha o abandonado como você mesmo disse.

- Porque você acha que ele retornaria Katniss? Ele perdeu tudo, inclusive a família, não teria outros motivos para voltar a não ser você. Pense nisso! – São suas últimas palavras antes de sair.



Fico ali no sofá durante todo o dia pensando no que vi, e no que Grease Sae disse. Peeta, por que ele voltou para o distrito 12? Lembro da nossa conversa na praia no Massacre Quaternário, ele disse que não teria motivos para viver sem mim e eu disse que precisava dele. Com certeza dei a ele algum tipo de esperança que ficaríamos bem e estraguei tudo. Sinto-me horrível, e extremamente egoísta. O que eu faço agora? Agora mais calma, consigo pensar que realmente ele quisesse me agradar com aquelas Primroses, afinal de contas, quando ele quis me fazer mal de verdade? Ele sempre cuidou de mim e eu o abandonei...

Preciso mudar isso!

Sinopse Fanfic

Esta história retrata o meu pensamento de como deveria ser a vida de Katniss e Peeta após voltarem para o Distrito 12 no final do livro A Esperança.

É minha primeira fanfic, então peço desculpas pelos erros!
Ela está postada também neste link: http://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-jogos-vorazes-the-hunger-games-ainda-existe-esperanca-para-nos-there-is-still-hope-for-us-1931425
E também na Nyah Fanfiction. 

Comentários e sugestões são bem-vindos. Então participem! :)

Atenção: Contém Spoilers