Chego em casa e deito em minha cama, penso no abraço que
Peeta me deu e o quão bom era estar com ele. Estou ainda abalada, mas, acho que
estou sentido um pouco de felicidade, Peeta ainda quer meu bem, talvez ele
ainda me ame realmente.... Será que o
verei amanhã? Acho que não estou raciocinando direito - adormeço.
Acordo gritando por Peeta algumas horas depois, ele não está
ao meu lado, como eu queria que estivesse.
Era mais um dos meus pesadelos, e Peeta estava neles, eram os primeiros
jogos e desta vez não o consegui livrá-lo de Cato e ele cortou a garganta dele.
Sinto uma grande angustia, não quero perder o meu garoto do pão.
Antes de tentar dormir novamente penso no que Greasy Sae
disse sobre recomeçar, não posso continuar aqui trancada, não estou ajudando
ninguém assim, decido que amanhã voltarei a caçar, afinal de contas, assim
posso tentar ser uma pessoa mais útil e tentar que as coisas em mim voltem um
pouco ao normal e ser melhor para Peeta, nunca mais será normal, mas na
floresta sempre consegui me acalmar e sempre pude ser eu mesma.
Acordo de manhã, visto minha velha jaqueta de caça e desço
para a cozinha, Greasy Sae me serve o café, reconheço esses biscoitos, com
certeza foram feitos por Peeta.
- Katniss, Peeta trouxe os biscoitos pra você antes de você
acordar.
- Eu fui até a casa dele ontem – digo.
- Que bom Katniss, Peeta é um ótimo garoto e tenho certeza
que ficou feliz com sua visita.
Dou de ombros fingindo não me importar com isso. Não quero
demonstrar que também fiquei feliz em vê-lo.
- Vou caçar Greasy.
- Será ótimo para você e eu adoraria poder cozinhar algo
fresco.
Pego meu arco e flecha e sigo para saída, passando pelas ruas
do 12, vejo que outras pessoas também retornaram e que ele está sendo
reconstruído, elas também estão recomeçando.
Vou de encontro à floresta, começo a sentir o ar puro. Como
eu estava com saudade deste verde. Lembranças começam a vir enquanto sigo a
minha antiga trilha de caça, penso em Gale e em como fomos felizes aqui, mas
ele fez mal a Prim e nem voltou a me procurar depois de tudo, talvez ele saiba
que as feridas não se fecharam. Lembro do meu pai, queria tanto que ele
estivesse aqui para me consolar e me proteger, como fazia quando eu era
criança. Mas ele não vai aparecer, assim como todas as pessoas a quem eu fiz
mal, penso em Peeta também, queria poder trazê-lo aqui, talvez ele também goste
da tranqüilidade que a floresta traz. Será que ele aceitaria?
Consegui pegar 2 esquilos e 2 coelhos, Greasy Sae vai gostar.
Retorno a minha casa na Vila dos Vitoriosos e vejo Greasy na cozinha arrumando
algumas coisas.
- Que bom que voltou para o almoço Katniss, conseguiu pegar
algo em sua caça? – ela me pergunta.
- Sim, 2 esquilos e 2 coelhos.
- Ótimo vou prepará-los. Porque enquanto isso não toma um
banho e chame o Peeta para almoçar conosco?
- Eu não sei se ele aceitaria.
- Acho que ele vai aceitar - Ela diz.
- Tá bem! – Subo as escadas e tomo um banho, enquanto arrumo
o meu cabelo penso em Peeta, vou vê-lo novamente, sinto um frio na barriga.
Vou até a casa de Peeta e bato na porta, ele abre.
- Oi Peeta.
- Oi Katniss, achei que não fosse vê-la por um tempo depois
ter saído daquele jeito ontem, fico feliz em vê-la. Quer entrar?
- Desculpe por ontem, estava cansada. Eu vim porque eu fui
caçar hoje e Greasy Sae o convidou para almoçar conosco. Você quer?
- Obrigado, eu irei sim. Você voltou a caçar?
- Sim. A floresta me faz bem.
- Que bom! Vou tomar um banho e apareço em sua casa em 1 hora
tudo bem pra você?
- Sim, até logo.
- Até logo, Katniss.
Enquanto sigo os poucos passos que
levam até minha casa, fico pensando como estou feliz que ele tenha aceitado.