Depois que Peeta foi embora fui para meu quarto, não queria
dormir, não queria que meus pesadelos estragassem o momento único que vivi esta
tarde, mas sem perceber adormeço e ao invés de pesadelos tenho sonhos com as
lembranças boas que tenho de mim e Peeta, lembro-me do piquenique no terraço,
das suas pinturas e lembro novamente do nosso beijo na praia.
“A sensação quente dentro de mim cresce e se espalha para fora do meu
peito, descendo pelo meu corpo, para fora ao longo dos meus braços e pernas,
para as pontas do meu ser. Em vez de satisfazer-me, os beijos têm o efeito oposto,
fazendo a minha necessidade ficar maior. Eu pensei que era uma perita em
fome, mas este é um tipo de forma inteiramente nova.” – Em Chamas – Suzanne Collins
Acordo com um pequeno sorriso no rosto, só de pensar em Peeta
sinto um pouco de felicidade, um luxo que há muito tempo não tinha.
Desço as escadas e Greasy Sae me serve o café da manhã.
- Vai caçar hoje Katniss? - Ela me pergunta.
Acho que sim, pensei em chamar Peeta, o que você acha?
- Acho ótimo ele precisa se distrair também, ele sabe caçar?
- Ele é melhor assando pães, mas talvez ele queira aprender,
digo com um sorriso sem graça.
Decido então que vou chamar Peeta para ir à floresta comigo.
Visto minhas roupas de caça, pego minha bolsa, meu arco e flecha e vou em
direção a casa de Peeta, o vejo vindo em direção a minha casa.
- Bom dia Katniss, estava indo até sua casa levar alguns pães
e biscoitos.
- Peeta, bom dia, obrigado mas Graesy já me serviu o café.
- Tudo bem, mas se quiser pode guardar para depois.
- Peeta na verdade tenho outra idéia, gostaria de ir até a
floresta comigo? Quer dizer, vou caçar, gostaria de ir comigo? Poderíamos levar
o que assou como lanche e fazer um piquenique se você quiser.
- Acho ótimo, mas não sei caçar Katniss. – Ele me diz com um
sorriso tímido.
- Então é uma oportunidade de aprender. Vamos?
- Claro que sim, vou pegar mais algumas coisas, volto num
minuto.
Peeta aparece com uma bolsa e vamos em direção a floresta,
passando pelas trilhas fico pensando se deveria ter trago Peeta à floresta, eu
cresci e me sinto bem aqui, mas ele ficou a maior parte do tempo dentro de uma
padaria e afinal aquele era um lugar meu e de Gale. Mas porque estou pensando
nisso? Gale não está mais aqui. Não vou me torturar por isso. De repente
percebo que estou parada e Peeta está em minha frente me olhando.
- Tudo bem Katniss? No que está pensando?
- Estou bem, não é nada. Quer aprender a usar o arco? –
Pergunto a ele.
- Acho que prefiro te observar, não sou tão silencioso como
você.
- Já percebi, mas não vai melhorar se não praticar.
Entrego Peeta o arco e uma flecha e o ensino como segurar e
apontá-lo, andamos um pouco mais na floresta e o mostro onde colocava minhas
armadilhas e geralmente encontraremos mais caça, Peeta vê um esquilo e anda
para tentar acertá-lo, o esquilo foge... Começo a rir.
- Peeta, acho que não vai pegar nada assim, está fazendo
muito barulho com os pés.
- Desculpe, te falei que não sou bom nisso. – Ele diz.
- Tudo bem, vai melhorar com o tempo.
Vejo que estamos nos aproximando ao lago que meu pai me ensinou
a nadar, o meu lugar preferido na floresta.
- Vamos parar para lanchar Katniss?
- Ok. - Digo apreciando o meu local.
Peeta abre a bolsa que ele trouxe e vejo que ele tira dela
uma grande toalha, uma garrafa de suco, os pães e biscoitos que ele assou. Nos
sentamos e começamos a comer.
- Katniss, obrigado por me chamar, mesmo sabendo que eu não
conseguiria caçar. Estou feliz de estar aqui com você.
- Eu agradeço por ter aceitado vir. Sabe, este é o local que
eu costumava vir com meu pai quando criança é um lugar muito importante para
mim. Fico feliz que eu possa
compartilhá-lo com você.
- Que bom Katniss. Queria poder fazer parte de todos os
momentos da sua vida. – Ele me olha intensamente com aqueles olhos azuis.
Essa frase e seu olhar me fazem corar e dar um sorriso
tímido. Mas tomo coragem dizer:
- Se você quiser, eu permito.
- Você permite mesmo? – Ele pergunta com um grande sorriso e
com uma voz surpresa.
-Sim eu permito.
Peeta se aproxima mais de mim, segura meu rosto e me dá um
beijo. Não foi um beijo qualquer, eu queria aquele beijo, sinto um frio na
barriga, sinto a fome e desejo que só tinha sentido duas vezes antes, na
caverna e na praia. Mas desta vez não há ninguém nos assistindo somos só nós
dois e ninguém para interromper. Depois de algum tempo paramos e ficamos
olhando um para o outro, o único som é o de nossas respirações ofegantes, Peeta
me dá um sorriso e eu retribuo. Ele encosta-se em uma arvore e eu em seu peito.
Ficamos ali entre nossos abraços e beijos até o sol se pôr.
- Está tarde Peeta é hora de voltarmos.
- Eu sei, mas queria ficar aqui com você assim junto de mim
para sempre.
- Haverá outras oportunidades. – Digo a ele.
- Já estou ansioso por essas oportunidades. – Ele me responde
com um sorriso.
Juntamos nossas coisas e seguimos de volta a Vila dos
Vitoriosos.
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