quinta-feira, 5 de junho de 2014

Capítulo 5 - Floresta



Depois que Peeta foi embora fui para meu quarto, não queria dormir, não queria que meus pesadelos estragassem o momento único que vivi esta tarde, mas sem perceber adormeço e ao invés de pesadelos tenho sonhos com as lembranças boas que tenho de mim e Peeta, lembro-me do piquenique no terraço, das suas pinturas e lembro novamente do nosso beijo na praia.

A sensação quente dentro de mim cresce e se espalha para fora do meu peito, descendo pelo meu corpo, para fora ao longo dos meus braços e pernas, para as pontas do meu ser. Em vez de satisfazer-me, os beijos têm o efeito oposto, fazendo a minha necessidade ficar maior. Eu pensei que era uma perita em fome, mas este é um tipo de forma inteiramente nova.” – Em Chamas – Suzanne Collins

Acordo com um pequeno sorriso no rosto, só de pensar em Peeta sinto um pouco de felicidade, um luxo que há muito tempo não tinha.

Desço as escadas e Greasy Sae me serve o café da manhã.

- Vai caçar hoje Katniss? - Ela me pergunta.

Acho que sim, pensei em chamar Peeta, o que você acha?

- Acho ótimo ele precisa se distrair também, ele sabe caçar?

- Ele é melhor assando pães, mas talvez ele queira aprender, digo com um sorriso sem graça.

Decido então que vou chamar Peeta para ir à floresta comigo. Visto minhas roupas de caça, pego minha bolsa, meu arco e flecha e vou em direção a casa de Peeta, o vejo vindo em direção a minha casa.

- Bom dia Katniss, estava indo até sua casa levar alguns pães e biscoitos.

- Peeta, bom dia, obrigado mas Graesy já me serviu o café.

- Tudo bem, mas se quiser pode guardar para depois.

- Peeta na verdade tenho outra idéia, gostaria de ir até a floresta comigo? Quer dizer, vou caçar, gostaria de ir comigo? Poderíamos levar o que assou como lanche e fazer um piquenique se você quiser.

- Acho ótimo, mas não sei caçar Katniss. – Ele me diz com um sorriso tímido.

- Então é uma oportunidade de aprender. Vamos?

- Claro que sim, vou pegar mais algumas coisas, volto num minuto.

Peeta aparece com uma bolsa e vamos em direção a floresta, passando pelas trilhas fico pensando se deveria ter trago Peeta à floresta, eu cresci e me sinto bem aqui, mas ele ficou a maior parte do tempo dentro de uma padaria e afinal aquele era um lugar meu e de Gale. Mas porque estou pensando nisso? Gale não está mais aqui. Não vou me torturar por isso. De repente percebo que estou parada e Peeta está em minha frente me olhando.

- Tudo bem Katniss? No que está pensando?

- Estou bem, não é nada. Quer aprender a usar o arco? – Pergunto a ele.

- Acho que prefiro te observar, não sou tão silencioso como você.

- Já percebi, mas não vai melhorar se não praticar.

Entrego Peeta o arco e uma flecha e o ensino como segurar e apontá-lo, andamos um pouco mais na floresta e o mostro onde colocava minhas armadilhas e geralmente encontraremos mais caça, Peeta vê um esquilo e anda para tentar acertá-lo, o esquilo foge... Começo a rir.

- Peeta, acho que não vai pegar nada assim, está fazendo muito barulho com os pés.

- Desculpe, te falei que não sou bom nisso. – Ele diz.

- Tudo bem, vai melhorar com o tempo.

Vejo que estamos nos aproximando ao lago que meu pai me ensinou a nadar, o meu lugar preferido na floresta.

- Vamos parar para lanchar Katniss?

- Ok. - Digo apreciando o meu local.

Peeta abre a bolsa que ele trouxe e vejo que ele tira dela uma grande toalha, uma garrafa de suco, os pães e biscoitos que ele assou. Nos sentamos e começamos a comer.

- Katniss, obrigado por me chamar, mesmo sabendo que eu não conseguiria caçar. Estou feliz de estar aqui com você.

- Eu agradeço por ter aceitado vir. Sabe, este é o local que eu costumava vir com meu pai quando criança é um lugar muito importante para mim.  Fico feliz que eu possa compartilhá-lo com você.

- Que bom Katniss. Queria poder fazer parte de todos os momentos da sua vida. – Ele me olha intensamente com aqueles olhos azuis.

Essa frase e seu olhar me fazem corar e dar um sorriso tímido. Mas tomo coragem dizer:

- Se você quiser, eu permito.

- Você permite mesmo? – Ele pergunta com um grande sorriso e com uma voz surpresa.

-Sim eu permito.

Peeta se aproxima mais de mim, segura meu rosto e me dá um beijo. Não foi um beijo qualquer, eu queria aquele beijo, sinto um frio na barriga, sinto a fome e desejo que só tinha sentido duas vezes antes, na caverna e na praia. Mas desta vez não há ninguém nos assistindo somos só nós dois e ninguém para interromper. Depois de algum tempo paramos e ficamos olhando um para o outro, o único som é o de nossas respirações ofegantes, Peeta me dá um sorriso e eu retribuo. Ele encosta-se em uma arvore e eu em seu peito. Ficamos ali entre nossos abraços e beijos até o sol se pôr.

- Está tarde Peeta é hora de voltarmos.

- Eu sei, mas queria ficar aqui com você assim junto de mim para sempre.

- Haverá outras oportunidades. – Digo a ele.

- Já estou ansioso por essas oportunidades. – Ele me responde com um sorriso.

Juntamos nossas coisas e seguimos de volta a Vila dos Vitoriosos.

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