quinta-feira, 5 de junho de 2014

Capítulo 4 - Almoço



Chego em minha casa e digo a Greasy Sae que Peeta virá.

- Que bom Katniss, isso é bom para os dois, acho que aproximação de vocês ajuda ambos, afinal vocês passaram por muita coisa juntos, não é verdade? – Ela pergunta.

Demoro um pouco para responder. - Sim é verdade, mas acho complicado conseguirmos conviver bem, justamente por tudo que passamos juntos. – Respondo.

- Eu entendo Katniss, mas acho importante que tentem, ou melhor, que você tente, pois acredito que Peeta sempre quer se aproximar de você.

No tempo em que fico esperando Greasy terminar o almoço e Peeta chegar fico pensando em o que Greasy Sae está se tornando para mim, uma mãe e conselheira. Só parei para refletir em tudo e tentar sair do meu pesadelo particular depois das coisas que ela me disse.

Ouço alguém bater na porta. Vou abrir.

- Oi Katniss.
- Oi Peeta, entre!
- Olá Graesy Sae, obrigado pelo convite.
- Olá Peeta, é um prazer recebê-lo. Sentem-se na mesa, vou servi-los.

Sentamos na mesa e começamos a comer, ficamos a maioria do tempo em silêncio, que só era interrompido por algumas palavras que Greasy e Peeta trocavam.

- Estava ótimo Graesy Sae. – Diz Peeta.
- Obrigada Peeta.

Também digo que estava muito bom, pelo menos ainda sei agradecer. Grayse Sae diz que precisa ir para cuidar de algumas coisas na casa dela. Peeta se oferece para lavar a louça. Ele sabe que não sou muito boa com essas coisas. Então quando ela se vai ficamos só nós dois.
Sinto-me estranha com essa situação, não sei o que falar com ele, nunca fui boa com palavras. Fico observando-o enquanto ele lava as louças, às vezes nossos olhares se cruzam e eu fico sem graça. O silêncio é interrompido quando Peeta começa a falar.

- Está tudo bem Katniss?
 - Sim.
- Você quer terminar aquela conversa de ontem?
- Tudo bem.

- Fico feliz que tenha saído de casa e voltado a caçar acho realmente que vai ser bom pra você. Quero que saiba que sempre terá meu apoio para o que precisar. Sei que se sente estranha ao falar comigo, não me esqueci das coisas que passamos, também me sinto estranho com esta situação, e não quero te ver chorando novamente como ontem. Ainda tenho meus flashbacks, mas já consigo saber se a maioria das coisas é real ou não. Repito que nada de ruim que aconteceu é culpa sua e não quero te ver mal. Nunca vou esquecer as coisas que você passou por nosso distrito, que tentou me proteger, não vou esquecer da praia. E se você achar que distanciando de mim você ficará bem, eu vou entender Katniss. – Ele me diz com uma voz calma, porém triste.

Esta última frase me deixou surpresa, sem jeito e sei lá mais o quê. Peeta ainda pensa na praia.

Sem perceber grito. – Não! Não Peeta não quero que se afaste. 

- Ontem você não quis ficar na minha casa e chorou tanto, achei que te fiz mais mal, só aceitei o almoço para poder ter oportunidade de dizer o que sinto.

-É que tudo é muito complicado, você não me faz mal, Peeta, você estava preocupado comigo e eu nem fui te procurar antes, sinto muito.

- Já disse que entendo Katniss. 

- Eu sei Peeta e agradeço por sempre ser tão especial e companheiro, tão melhor que eu.

- Companheiros como sempre fomos. – Ele diz.

Ele abre os braços e vou de encontro ao seu abraço. Como é bom sentir seu cheiro, como é incrivelmente reconfortante os braços de Peeta. Sinto falta quando eles me livraram de meus pesadelos.

- Então realmente não quer que eu me afaste? – Ele me pergunta.

- Não eu não quero. 

O puxo para se sentar no sofá e me encosto em seu peito, ele me abraça forte.

- Como sonhei com isso novamente. - Ele diz.

- Fico com vergonha, mas acabo dizendo: - Eu também.

Passamos à tarde assim, sentados no sofá, vendo TV, sentindo a respiração um do outro.
Anoitece e ele me diz pra ir dormir. Não queria deixá-lo ir, mas ainda não consigo pedir pra que ele fique, ainda acho injusto com ele.
Então ele me dá um beijo na testa e se vai.
 

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